segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Isto de ilusão

1. nem sempre amor cura dor.

2. quando dói dentro,
nem sempre há explicação.

3. no silêncio também mora palavra.

4. este vazio que assombra,
nem sempre é solidão.

5. dias de chuva aumentam amargura.

6. tristeza também pode ser solução.

7. paciência acaba.

8. poesia acalma?

9. INTERROGAÇÃO

10. Contar até dez não resolve.

domingo, 11 de dezembro de 2011

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dica de liberdade:

aproximar-se daquilo
que lhe é estranho. 
(isso, seu dinheiro
não compra e
seu pai não banca!)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Marca de batom

Pinta a boca
vermelho sangue
para descolorir
outro corpo.

Enquanto se despe
e se entrega
não nega:

faz do chão
sua morada,
faz do corpo
seu altar.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Romances

De todas
as formas e fórmulas de amar;
das versões de poetas, músicos e amigos;
histórias contadas, vividas, aprendidas
e esquecidas:

Não há razão possível para o amor.
Impossível definir, mensurar, amarrar. 
Amor é aquilo que se vive no limite,
após rupturas, recomeços e desvios.
Ama-se por atalhos, por criações,
inventando modos, fugindo de padrões.
O próprio amor é desrazão.
Ama-se por que é amor e, no mais,
não precisa explicação!

Para decifrar

Espero tanto tempo
por aquele momento
que quando chegar
será hora de partir. 

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

pedi dois minutos de atenção
recebi um sonoro NÃO!
enfie seu tempo onde quiser,
não silenciarei meu coração.
falo sozinha, se preciso for: grito
e se cair, não passo do chão!

Faz parte da vida

estranhar o estranho
sentir falta do costume
perder as forças
pensar em desistir
chorar sem motivo
lamentar a partida 
encontrar abrigo
chorar com motivo 
abraçar o perigo
ficar sem chão
sacudir o corpo
encontrar apoio
respirar mais fundo
pensar profundo
ficar sem entender 
seguir em frente
e continuar a(n) dança.

domingo, 13 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

Tonta

Dando
voltas e voltas
em volta de mim.

Enrolando
o tempo que falta
para chegar o fim.

Descoberta

Acreditava ter esquecido
deixado as lembranças
irem embora com os
últimos vestígios:
rasgou cartas, apagou fotos,
nunca mais ouviu a música.

Achava mesmo que o tempo
apagava e curava o que doía.
Ingênua 
não sabia que aquilo tudo
apenas adormecia.

Levou um susto quando,
num encontro,
descobriu aflita
que a  memória do corpo
guarda segredos que
só se revelam na presença
de outro corpo.

E agora vive confusa
com tantas histórias batendo à porta:
o presente que passa
e o passado que acorda.
Rotina
é uma forma
repetida
de deixar
o tédio
permanecer.

Simples assim

À procura
de paz:
amor que
não seja
leva e traz.

domingo, 30 de outubro de 2011

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Toda forma de vida

Entre as paredes do quarto
o mundo é tão vasto,
para que sair
se é dentro que me basto?

Pode ser uma verdade ácida
que não agrade um exato,
mas há tanta razão na loucura
quanto no cálculo matemático.

Neste meu espaço, quadrado,
a vida é doce e a felicidade uma tela, 
já quis ganhar o mundo, mas o
que há para além desta janela?
A flor que se deixa levar pelo vento  
para alcançar seu corpo
e não sair do seu pensamento.

Tons

Em dia cinza de tanta chuva,
estava quase ficando triste.
Você chegou trazendo cores
e a felicidade de lhe ver, resiste.

sábado, 22 de outubro de 2011

Roer

Corro para teus abraços, encantada, 
e me enlaço no teu pescoço.  
Assim, agarrada no teu corpo, 
entendo porque o cachorro não larga o osso!
Para dias de chuva
doses de amargura.

Era uma vez

Fechada em seu castelo,
a falsa princesa se desespera:
perdeu as chaves e o
controle de um coração.

Enclausurada em seus medos,
esperando por alguém que lhe
dê a coroa e a tire desta prisão.
Não se engane não!

Guarde toda esta força que
faz para espernear e
arrume um jeito de, sozinha,
enfrentar o seu dragão.

Despedida

Diante
dos teus
olhos
distantes
de mim
digo
adeus
e fim.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Recorte

Não ouso me encarar
fixamente no espelho,
assusta-me a verdade
de um corpo limitado. 

Eu me ultrapasso e me
reinvento a todo momento,
minha verdade não entende
a verdade que o espelho diz.

Laços

Meu cabelo preso em sua barba:
emaranhado de carinho.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ir

Alguns escolhem
o caminho mais difícil.
Outros
o caminho mais curto.

Há quem caminhe descalço
e também
quem caminhe fechado.

Eu escolho não ficar parado.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gosto bom

Diariamente,
lutamos pelo nosso final feliz:
amor sem amarras
sem amarguras
sem ponto de chegada.
Temos colhido doçuras.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vulgar

já não me basta
uma valsa
eu quero
é bolero
que seduza
quem usa
e encante
quem
banque

Clareza paranóica

Tem coisa que
a gente só vê
quando não
está olhando.

Bon voyage

Mundo amplo
uma nova fuga.

Indo à procura
daquilo que traduza. 

Costurando encontros
velha despedida.

Vendo agora
o momento da partida.

Macondo espera
na próxima esquina.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Imperativo com carinho

Escuta:
tem amor
aqui de sobra.

Cuida
daquilo que
em mim transborda.

Faz
poesia e música
da nossa história.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Passou é passado
quem perdeu é relaxado.

Receita nietzscheana

Para ter saúde e alegria
exercitar o esquecimento
todos os dias.

Lembranças em excesso
não enchem barriga
e
causam indigestão.

Encontros

Habitam meu corpo
uma
duas
várias
pessoinhas.

Fazendo da vida delas
um pouco da minha.

Fazendo da minha vida
um pouco menos vazia.

domingo, 11 de setembro de 2011

Prazer em prestações

Burguesia, bem vestida e feliz,
afirmando com veemência
que matar quem mata é solução.

Seguros pelas grades dos prédios,
não percebem em suas falas
o sangue escorrendo pelo chão.

Seguindo micros fascismos,
silenciam modos de viver
acham que a vida é vida em padrão.

Assassinos das diferenças
ausentando-se da responsabilidade.
Quem é a vítima, quem é o ladrão?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

um dia após o outro

Todo dia
chega
para dar fim
aos sonhos
e temores
da noite anterior.

Todo dia
chega
para dar início
a novos
tremores
da batalha interior.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Repetindo novidades

Sempre faço as mesmas perguntas:
                - o que ficou? 
                - o que resta?
                  
                    Mas agora:
                - isso importa? 

 Está na hora de abandonar a velha casa
               saindo, desta vez, 
               pela última porta.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rima pobre

Meu coração aflito
       não sabe
esperar.
Insiste em fazer conflito
      e se perde
ao amar.

Coração, eu te digo:
       não dá
para fingir.
Procure um abrigo
        e desista
de fugir.

Quem sabe, querido
      mais tarde,
um dia.
Seu choro bandido
       seca e
vira alegria!

domingo, 28 de agosto de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ampulheta

O tempo apressa meus passos. 
No meio do caminho,
percebo e paro: 
passei por mim
e me perdi! 
Apressada,
perdida,
parada, suplico: 
- Tempo, dê uma pausa! 
Mas o tempo só quer passar.
O tempo só quer passar, enfim!

Cidade visível

Passa
pelo
concreto
fica
pela
dureza
presa
nesta
incerteza.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Etimologia

mudança (mu-dan-ça) s.f.: 1 Mudar a dança; outros ritmos; novos parceiros. 2 Não ficar parado na pista. 3  Ir.

Assunto de gente grande (?)

Já fui artista de um mundo em cor-de-rosa só meu.
Hoje sou o que posso , nas cores que me cabem,
de um mundo que em meu corpo se perdeu.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ciranda

Bailarina de corda
dança cansada
à espera do soldado.

Tempo passa
música acaba
-Bailarina, a-corda!

domingo, 31 de julho de 2011

sábado, 30 de julho de 2011

domingo, 10 de julho de 2011

Fria

Sem paciência
para números,
abusava
das palavras.

Apaixonou-se
por um exato,
abandonou
a poesia.

Tornou-se
cálculo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dizem os astros

Ela, ariana, de natureza
impulsiva
impaciente
audaciosa
independente.
Deixou a liberdade presa
na ironia
no ferrão
no desejo
de escorpião.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Anotações sobre o desejo

não paralisa
ao contrário
transborda.

esvazia excessos
permanendo
sem forma.

move a vida
direciona
transforma.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Descobertas e invenções

Amor chega aos poucos
feito tic-tac no relógio.

Vai com o vento
volta com a certeza.

É feito de tempo
açucar, presença, leveza.

Amor é para loucos
para nós, para sempre.

terça-feira, 7 de junho de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

De perto

Nem toda
dor
é desamor.
Nem toda
cura
é aspirina.
Nem todo
verbo
é palavra.
Nem toda
alegria
é garantia.

A noite anterior

Na cama
lençois amassados.
No travesseiro
outro cheiro.
Na boca
o gosto.
No corpo
mãos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Espera(nça).

O homem sentado no canto acredita.
Teria ele motivos para se desesperar?
Se tudo conspira contra:
perdeu o emprego
a mulher
a cabeça.
Quantos dias ainda até tudo terminar?
Ele só queria entender,
mas acabou só:
sentado no banco
no canto
acreditando.
E quem vai dizer que não?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Diariamente

Chega segunda-feira:
cor de tristeza
gosto amargo
cheiro de poeira.
 Vá logo embora, segunda-feira.
Ah! se fosse só você meu problema.

Caminhos

Entre as
idas
e vindas
do meu coração,
pontos de
partida
e chegada
sem uma direção.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Escrita nua

Só por dizer
por gostar de
por fazer sentido
por contrariar os sentidos
por medir afeto
por entrar em
Só por prazer.

Seguimos inventando porquês.

Despedida

Você vai
deixando para trás
Uma vontade GRANDE






de mais.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O encontro

Era uma vez
um coração
cansado de bater sozinho.
Então veio
um abraço
e não houve mais vazio.